Cenário de poucas chuvas aumenta o risco de racionamento de energia

O Operador Nacional do Sistema (ONS) nega a possibilidade de apagão, mas somente o nível dos reservatórios é que dará a palavra final

Cenário de chuvas muito abaixo da média não é esperado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), mas se ocorrer, o país não escapará de medidas de restrição de consumo.
Serão as chuvas do verão que irão defi nir se o país vai ter de passar por outro racionamento de energia. “Para evitá-lo, as represas do Sudeste e do Centro-Oeste têm de estar a cerca de 30% em abril”, afi rma Adriano Pires, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
Pires disse também que caso as temperaturas subam muito no verão, os picos de consumo causados pelo uso de aparelhos de ar-condicionado podem até causar pequenos apagões, por conta de sobrecargas. “Não teremos térmicas adicionais para entrar no horário de pico, já que elas já estão funcionando”, disse. Os recordes diários de demanda máxima instantânea de energia costumam ocorrer no verão, quando as temperaturas aumentam fortemente.
Em fevereiro de 2014, ocorreram recordes consecutivos de demanda máxima instantânea de energia no país, quando o calor fi cou acima da média, impulsionando o consumo.
Em 4 de fevereiro, um blecaute afetou entre 5 milhões e 6 milhões de pessoas em diversas regiões do país, depois de curtos-circuitos em linhas de transmissão no Tocantins.
Na pior das hipóteses, se o comportamento de chuvas no atual período úmido estiver muito abaixo da média, similar ao do ano passado, a tendência é que o ritmo de redução do nível das represas continue fortemente.
Esse cenário de chuvas muito abaixo da média ainda não é esperado, mas se ocorrer, o país não terá condições de passar pelo próximo período de estiagem, que começa em abril, sem reduzir o consumo de energia, dizem analistas.
No período úmido 2013/2014, o nível dessas represas no Sudeste passou de 45,05% em outubro de 2013 para 38,77% em abril deste ano, ou seja, não houve recuperação.
O Operador Nacional do Sistema (ONS) afi rmou que não há indício de risco de racionamento de energia no Brasil em 2015. Segundo o diretor-geral do órgão responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN), Hermes Chipp, a indicação é de chuva na média ou acima da média.


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