A melhor maneira de espantar a crise

Dados compilados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), divulgados quase ao fi nal de 2014, mostraram que os gastos da América Latina em inovação, pesquisa e desenvolvimento (P&D) cresceram nos últimos anos, mas ainda continuam longe dos valores empregados pelas regiões mais ricas do mundo.
O investimento latino-americano em P&D chegou a 0,78% do PIB em 2011, contra 0,48% e 0,57% registrados em 1990 e em 2000, respectivamente. Mas continua distante dos 2,8% do PIB investidos pelos Estados Unidos e dos níveis dos líderes mundiais, como a Coreia do Sul (3,7% do PIB), a Finlândia (3,9%) e Israel (4,3%).
Esses números mostram que entre os países latino-americanos existe um enorme défi cit de inovação, que é uma das formas de ajudar o crescimento econômico.
Não há dúvidas de que os ventos mudaram, no Brasil. Tivemos ventos a favor com um consumo acelerado, mas a realidade de nosso país é outra muito diferente. Isso signifi ca que temos que fazer maiores esforços internos, remar mais por conta própria. E a inovação é uma das maneiras de remar melhor.
De fato, em tempos bicudos como se prenuncia para o Brasil para os próximos anos – o que é demonstrado na matéria de capa desta edição de Empresa Brasil –, empreendedorismo e inovação são essenciais para espantar a crise.
Nessa linha, para contrapor ao pessimismo exagerado, a CACB defende maior incentivo à criatividade, que alguém já defi niu como uma espécie de corrente. Sem corrente não existe luz e sem criatividade não existe movimento, não acontece nada. Tudo fi ca como está. A criatividade dá sabor à vida. Nem sempre a inovação é o resultado da criação de algo totalmente novo. Entretanto, com muita frequência, é o resultado da combinação original de coisas já existentes. Criatividade é pensar coisas novas, inovação é fazer coisas novas e valiosas. Portanto, criatividade e inovação podem ser os caminhos alternativos capazes de amenizar a eventual recessão que se prenuncia para o Brasil, segundo o entendimento dos especialistas e do próprio governo, que estabeleceu a meta do PIB para este ano em 0,8%.
Da mesma forma que os empreendedores, cabe ao governo federal executar as metas a que se propõe o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sem se descuidar, no entanto, de políticas públicas que possam servir de alavancagem para a inovação e o empreendedorismo.
Em primeiro lugar, garantir regras transparentes, o que vale dizer o mesmo jogo para todos. Gerar infraestrutura necessária, como estradas, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos, mas também infraestrutura digital, conectividade com a Internet para todos.
E também capital humano, por meio de sistemas educativos que permitam aos alunos adaptar-se ao mercado de trabalho deste século. O fato é que sem material humano o Brasil não poderá sair de seus índices pífi os de produtividade e melhorar a sua competitividade.


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