A motivação do varejo, vendendo com vontade!

Você sabe por que seus clientes escolheram comprar em sua loja? Será que ele foi motivado pelo preço, pela forma de pagamento, pelos produtos diferenciados? Ou será que foi pela praticidade na localização ou pelo bom atendimento?
E quanto a seus funcionários, você sabe por que escolheram trabalhar na sua loja? Pode ser pelo ambiente de trabalho, pelas perspectivas de crescimento, remuneração ou mesmo falta de opção. Você já se perguntou isso?

O primeiro ponto que precisamos compreender é:
para tudo que fazemos ou deixamos de fazer, existem motivos. Motivação cada qual tem a sua.
“Nem tudo que motiva Abreu, motiva Alceu”, isso é fato. Mas por quê?
Porque somos seres que vivemos em sociedades, grupos ou subgrupos, o que nos dá margem para afirmar que cada indivíduo, mesmo em um mundo globalizado e com grande democratização de informação, poderá possuir motivos diferentes dos seus.
Basta levarmos em conta a influência dos valores, tradições, hábitos, ritos, educação e experiências de vida dos meios de convívio de cada um, na família, na escola, no trabalho, na turma do lazer e assim por diante. Nossas crenças, ambições, valores, ideologias, sonhos, medos, necessidades e até mesmo nossos motivos poderão ser diferentes sim. Portanto cada indivíduo tem os seus próprios motivos.
O varejo se transforma e evolui margeando o dia a dia de seus consumidores e sua sociedade. As transformações sociais, cada vez mais globais, fomentam as necessidades, desejos e motivações humanas e por consequência cobram do varejo e de suas pessoas novos produtos, serviços, soluções e respostas. Portanto: os motivos de cada indivíduo podem mudar de tempos em tempos.
A obsolescência e o consumo posicional são os mantras que fomentam o consumo, o desejo e as motivações, e esses não podem parar de crescer. A roda capitalista tem que girar. O que era novidade, bonito ou dava certo ontem, já era, ficou para traz! Ficou obsoleto! O “ter” e o “novo”, ganham cada vez mais espaço e importância nas relações de valores humanos. “Digas quem és pelo que usa ou tens, ou simplesmente não exista”.
Esse pensamento movimenta uma sociedade cada vez mais consumista, embriagada por mídias cada vez mais competentes, que nos apresentam diariamente novas necessidades, desejos, ideias e motivações para consumir.
São novas realidades e motivos que passam a exigir do varejo tradicionalmente reativo, uma atitude proativa, que se antecipe aos fatos, proponha novas alternativas de produtos e serviços e se reinvente constantemente para não amargar redução de vendas, de margens e de fluxo de clientes nas suas lojas.
Os diferenciais competitivos mais óbvios como a experiência e o conhecimento podem não ser uma vantagem ou mesmo não ser suficientes para dar conta dos desafios atuais.
Será necessário imprimir velocidade de resposta em vários aspectos, estar ciente e consciente de que mudanças ocorrerão e que será preciso imaginar, criar, controlar, se desfazer de vaidades e antigas ideias para se reinventar e agir na velocidade e no momento mais apropriado. Criar novos motivos para continuar prosperando.
Imaginar, criar para poder inovar, fazer primeiro.
O varejo e as pessoas envolvidas com a atividade de um modo geral precisarão se preparar e atualizar-se continuamente para atuar e competir nesse ambiente cada vez mais dinâmico e exigente, porém também promissor. Será preciso investir em um comportamento mais proativo, com mais atitude. Procurar estar próximo do cliente, ser flexível e atencioso no modo de vender. O principal é tornar a experiência da compra prazerosa, para que ele queira voltar. As lojas de rua precisam se reinventar, buscar atualização para competir e ganhar mercado.
E onde estará a diferença entre as empresas que prosperam e as que fracassam?
A diferença estará sem duvida na qualidade, quantidade, harmonia, valorização, gestão e motivação de suas pessoas, seus clientes internos.
O varejo, independente da plataforma, é um negocio feito por pessoas e para pessoas. Se pensarmos por esse ponto de vista, a loja física tem muitas vantagens por ter pessoas reais, ao vivo, diferente da internet ou do catálogo, criar um ambiente mais humano para o atendimento é uma forma de valorizar a característica física da loja.
Portanto, é fato que não serão as máquinas nem os recursos financeiros que inventarão ou descobrirão os novos caminhos, oportunidades e possibilidades, mas sim o ser humano que preparado, treinado, provocado, sabiamente motivado, valorizado e remunerado, colocará sua inesgotável capacidade de questionar a serviço das organizações, descobrindo, criando e fundamentalmente imaginando novas verdades e possibilidades, para cada negócio.
Trabalhar com atendimento e vendas no varejo é sem dúvida uma das profissões mais complexas e exigentes do mercado. Há muito tempo deixou de ser uma alternativa de trabalho para os despreparados sem opção ou algo melhor para fazer.
As exigências em relação às características, competências e habilidades desses profissionais do varejo aumentaram de forma exponencial para acompanhar a evolução social e o aumento da concorrência. Portanto muita atenção na hora da contratação.
Enquanto não colocarmos pessoas no rol de prioridades, estaremos fadados a conviver com inúmeros erros de gestão, remuneração e motivações. Percebemos que muitas das empresas não estão conseguindo lidar ou enxergar a necessidade de evoluir, de mudar para se adequar, continuam presas a receitas, modelos, técnicas, controles e procedimentos de tempos passados, tudo igual para todos.
Se as pessoas são diferentes na forma de se comportar e na entrega de resultados, como podemos querer obter sucesso tratando e remunerando todas de uma mesma forma?
Para trabalhar no varejo precisamos gostar e entender de gente, gostar e sentir prazer em servir, ter empatia, bom humor, paciência, velocidade de raciocínio e de respostas, entre outras características que valorizem o relacionamento com cliente e com a equipe. Grande parte desses profissionais, porém, não conseguem encontrar motivação para continuar na profissão por acreditarem que ela não é uma atividade nobre. Muitas vezes os funcionários sentem-se assim justamente por não serem valorizados pelos seus gestores, nem no aspecto profissional nem no pessoal.
Levando-se em conta que são as pessoas que geram os resultados, como crescer ou continuar competitivo se a realidade nos mostra quadros funcionais geralmente super justos, com pouco ou nenhum investimento em qualificação e desenvolvimento, de forma a contemplar ou prever que cargos vagos ou promoções inevitavelmente surgirão em algum momento? Toda a gestão de pessoas é voltada para o hoje, amanhã, dá-se um jeito! Esquecem-se de que o mercado é tão dinâmico, que amanhã podem surgir condições e oportunidades para a expansão da empresa, mas não existirão os recursos humanos capacitados e na quantidade para fazer acontecer.
Converso com inúmeros lojistas pelo Brasil e um dos principais problemas que eles alegam para não aumentarem o numero de lojas é a falta de gente preparada! E ai me vem o questionamento: A falta de pessoas preparadas é causa ou efeito? Em quem colocar a culpa? Nos funcionários que não se atualizam ou nos lojistas que não preparam seus profissionais?
O cenário econômico atual evidencia de forma implacável a necessidade de imprimir velocidade e pró-atividade na gestão das pessoas, competição que deixa pouco espaço para falhas e erros.
Atualize-se, quebre seus paradigmas, cuide com zelo de seu principal ativo, seus “clientes internos”. Torne um habito questionar os métodos, as verdades, as rotinas eprocessos existentes na gestão de seu RH de sua empresa.
Não pare de evoluir, olhe para as pessoas e para o ambiente em que você compete, e ação! Faça seus funcionários evoluírem, valorize seu esforço, comemore a evolução, assim ele comprará a ideia da própria empresa e vestirá a camisa da loja.
Isso é um profissional motivado e com vontade de trabalhar. Busque esse objetivo

Artur Ximenes
Consultor especialista em treinamentos de
liderança, varejo e atendimento.


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