PESQUISA: REDUÇÃO NA TAXA DE JUROS NÃO REFLETIU NAS MPEs MINEIRAS

Sem dúvida, o ano de 2012 foi histórico para a economia brasileira. Em meio à crise econômica mundial, o governo brasileiro decidiu reduzir gradativamente as taxas de juros. As reduções começam em agosto de 2011 e se estenderam até o mês de outubro de 2012, quando a Selic atingiu o menor índice da sua história, 7,25%. O Governo Federal também anunciou a redução das taxas de juros nos empréstimos em bancos públicos, que foram acompanhados pelas instituições financeiras privadas. Esperava-se com isso, alavancar a economia brasileira. Contudo, o PIB brasileiro cresceu apenas 0,98% em 2012. Para avaliar os impactos que essas reduções trouxeram as micro e pequenas empresas de Minas Gerais, o Sebrae realizou, junto com 525 empresários, a pesquisa Expectativa das Micro e Pequenas Empresas para o 4º Trimestre (2012). Como resultado, o estudo apontou que grande parte das MPEs mineiras não sofreu num tipo de impacto com as medidas. Inicialmente, o estudo mostrou que 70,8% das MPEs não realizam nenhum tipo de financiamento bancário. Contudo, essa falta de interesse nos empréstimos bancários indica que as empresas estão buscando outras alternativas para gerar recursos.
A pesquisa mostrou que 62,7% dos gestores estão parcelando suas compras com seus fornecedores. A segunda forma mais utilizada de financiamento foi o capital do sócio ou proprietário, constituindo como fonte de recursos para 59,6% dos entrevistados. As linhas de financiamento bancário conquistaram a terceira posição entre as opções dos empresários. 40% dos entrevistados utilizaram esse meio para obter recursos. Destes, 58,4% buscaram empréstimos nos últimos seis meses. Então, 41,6% já tinham algum tipo de financiamento anterior. O cheque especial de pessoa jurídica foi apontado por 35,9% dos gestores. Destes, 11,3% também usam o cheque especial de pessoa física para captar recursos. Isso significa que, muitas vezes, o limite concedido às empresas é insuficiente para suprir as suas necessidades. Além disso, a pesquisa demonstrou que 23,5% utilizam o cartão de crédito de pessoa jurídica e 23,4% cartão de crédito de pessoa física. 8,8% utilizam as duas formas de cartão. Ainda dentro deste estudo, 28% dos entrevistados disseram descontar cheques e duplicadas junto ao banco, e 11% antecipam os recebíveis do cartão de crédito. 4,4% dos empresários utilizam essas duas fontes ao mesmo tempo.

Mas, o que podemos concluir com todas essas informações?
Primeiro, é de suma importância que os gestores avaliem bem qual o tipo de financiamento é mais vantajoso para cada situação. Segundo, é preciso estar atento para não misturar as finanças pessoais com as empresariais, o que por consequência nos leva a última consideração, é preciso aprimorar os mecanismos de gestão das micro e pequenas empresas.


Voltar

Navegação