Redução da taxa de juros não refletiu nas MPEs

Pesquisa mostra reação dos empresários mineiros a opções de crédito

Seis meses depois de o Governo Federal anunciar a redução das taxas de juros nos empréstimos em bancos públicos, grande parte das micro e pequenas empresas mineiras assumem não ter sido impactadas pela medida. É o que mostra a pesquisa Expectativa das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) Mineiras para o 4º Trimestre, feita pelo Sebrae-MG, com 525 empresários mineiros.
Segundo o estudo, mesmo com a redução dos juros, 65% dos estabelecimentos pesquisados disseram que não sentiram as mudanças na política de juros do sistema financeiro. Outros 28% afirmaram ter sido impactados. E não foi só a taxa de juros que se manteve estável na opinião dos empresários. Tarifas bancárias também não tiveram alteração para 40% deles. Ao contrário, 30% das micro e pequenas empresas perceberam aumento nas tarifas e, 21%, redução.

Nos últimos seis meses, 29% dos empresários buscaram recursos em instituições financeiras, a maior parte deles da região dos vales do Jequitinhonha e Mucuri e dos setores de construção civil e da indústria. Do total dos entrevistados que solicitaram empréstimos, 88,5% conseguiram o recurso. As formas de financiamento mais utilizadas são o parcelamento de compras com o fornecedor (63%), recursos próprios (60%) e as ofertadas pelos bancos (40%).
O cheque especial de pessoa jurídica foi a forma de financiamento utilizada por 36% dos entrevistados. Desses, 11% utilizam cheque especial de pessoa física para financiar os negócios. A pesquisa aponta ainda que boa parcela dos empresários não diferencia as finanças pessoais dos recursos financeiros das empresas, demonstrando a necessidade d aprimorar o mecanismo de gestão do seu negócio.
Em relação à pontualidade, o percentual de estabelecimentos que quitam suas prestações com no máximo sete dias de atraso variou entre 95% e 96%, no período de janeiro de 2011 a agosto de 2012.
Expectativa otimista A pesquisa do Sebrae-MG também revelou que a maioria dos entrevistados está otimista em relação ao último trimestre deste ano. A motivação deve-se ao aumento do faturamento e crescimento dos setores pesquisados entre julho e setembro de 2012. Para os três últimos meses deste ano, o Índice de Expectativa chegou a 56,13%, o que confirma o otimismo das micro e pequenas empresas. O comércio (56,89%) é o setor que apresentou o melhor índice, refletindo a expectativa de vendas para o final do ano. Os empresários da região Norte do estado são os que apresentaram expectativa mais favorável.

A evolução das MPEs mineiras
Na semana do Dia das Micro e Pequenas Empresas (5 de outubro), empresários e empreendedores individuais mineiros comemoraram o bom desempenho dos negócios nos últimos anos. Entre as conquistas, o aumento da taxa de sobrevivência, modernização dos processos produtivos e gerenciais e implantação de políticas públicas que beneficiam a criação e o crescimento dos pequenos negócios.
Em relação ao perfil do empreendedor, em 2010 e 2011 foi registrado aumento no percentual de mulheres à frente das MPEs mineiras, de 33,3% para 35,6%. Os pequenos negócios também estão mais sólidos. Em 2010, 42% das MPEs tinham mais de 10 anos de mercado. No ano seguinte, esse percentual chegou a 46%. De agosto de 2011 a julho de 2012, os pequenos negócios geraram 118.225 postos de trabalho formais, número superior ao registrado nas médias e grandes empresas do estado, e à média nacional, que foi de 110.173 empregos no país.


Voltar

Navegação