Fluxo de Caixa

Um instrumento fundamental para uma gestão financeira eficiente

A competitividade do ambiente empresarial exige eficiência das empresas na gestão dos recursos financeiros.

Para uma boa administração, o gestor precisa estar atento a itens como lucratividade: gerenciar custos para obter resultados positi- vos; estrutura patrimonial: adminis- trar os investimentos e as fontes de financiamento deste dinheiro, como o investido pelos sócios ou os obti- dos por terceiros (instituições finan- ceiras); capital de giro: gerenciar os recursos financeiros para as ativi- dades operacionais relacionadas ao dia-a-dia da empresa. Porém, caso não haja uma ad- ministração eficiente do fluxo do caixa, a empresa não conseguirá obter os resultados desejáveis e sa- tisfatórios em nenhum dos fatores apresentados. A crescente concorrência leva os gestores a buscarem alternati- vas para superarem seus desafios diários. Fatores como escassez de recursos financeiros, dificuldade de custos de obtenção e a falta de pla- nejamento e de controle contribuem para que muitos negócios percam valor ou encerrem suas atividades, e grande parte destes, antes mesmo de completar um ano. É nesse contexto que se desta- ca a gestão do fluxo de caixa como uma importante tarefa, possibilitan- do o planejamento e o controle dos recursos financeiros da empresa. A insuficiência de caixa pode le- var à perda de crédito com forne- cedores, suspensão de entrega de insumos e mercadorias, contração de altas despesas financeiras e, como consequência, o fechamento do negócio. A gestão eficiente dos recursos resulta na redução da necessidade de capital de giro e na diminuição das despesas, levando a empresa a obter uma maior lucratividade.
O que é o fluxo de caixa? Trata-se de uma ferramenta que visa projetar as entradas e as saídas de recursos para determinado período. Isso permite ao gestor identificar com antecedência a necessidade de investimentos adicionais para a manutenção das atividades, dada a dinâmica das contas a pagar e a receber, possibilitando o planejamento adequado para a captação de recursos extras ou negociações com fornecedores, prestadores de serviços e credores. Ainda sobre os objetivos e benefícios de uma boa gestão do fluxo de caixa é possível citar.

- Facilitar o planejamento e a seleção das linhas de crédito a serem obtidas junto às instituições financeiras; - Programar de forma criteriosa as entradas e saídas de caixa, permitindo identificar períodos em que deverá ocorrer a carência de recursos financeiros e em qual montante, havendo tempo suficiente para tomar as medidas necessárias e analisar quais recursos de terceiros satisfazem a necessidade da empresa; - Permitir o planejamento das saídas de caixa conforme as disponibilidades, evitando o acúmulo de compromissos financeiros de grande volume em períodos de baixa disponibilidade; - identificar o montante de sobras de caixa que a empresa irá possuir em determinado período, com objetivo de planejar a aplicação dos recursos de forma mais rentável; - Visualizar o relacionamento do fluxo financeiro dos vários setores da empresa com o fluxo de caixa total da empresa; - Utilizar de forma racional e eficiente a disponibilidade de caixa; - Suprir de forma adequada necessidades sazonais de recursos financeiros adicionais como : férias, décimo terceiro salário e pagamentos de seguros; - Planejar recursos necessários para atender os projetos de ampliação , modernização, inovação, desenvolvimento de novos produtos ou para atender necessidades legais; - Fixar nível mínimo de caixa em termos de capital de giro; - Auxiliar nas tomadas de decisões relacionadas à manutenção, aumento ou redução do nível de estoques; - Identiticar o montante de lucros que poder ás e ditribuído aos sócios sem comprometer ao peração futura da empresa.

Expostos os objetivos e benefícios de uma boa gestão do fluxo de recursos fi- nanceiros, é possível afirmar que elabo- rar e analisar o fluxo de caixa confere ao gestor informações valiosas sobre os as- pectos financeiros da empresa, além de possibilitar o monitoramento constante das movimentações de recursos, presen- tes e futuras. Porém, a eficiência e eficácia dessa ferramenta dependem do registro de todas as informações e ocorrências da empresa e do acompanhamento sistemático da evolução dos saldos. Negligenciar a necessidade de elaboração e análise do fluxo de caixa pode ocasionar sérios problemas à saúde financeira da empresa.
Existem inúmeros métodos, modelos e ferramentas para a gestão de recursos financeiros da empresa. Seja pela utilização de um software ou planilhas eletrônicas, a gestão do caixa deve contemplar o registro de todas as informações relacionadas às saídas e entradas de caixa, derivadas das transações operacionais da empresa, e os registros devem obedecer às respectivas datas de ocorrência. Além do registro de todas as saídas de caixa programadas, o fluxo de caixa deverá contemplar o registro das entradas em função dos negócios já realizados e as projeções de receitas com base na estimativa da geração futura de negócios e vendas.
Projetar as saídas de caixa pode ser uma tarefa mais fácil do que a projeção das entradas, porém sem a projeção das entradas de caixa, o fluxo não será eficiente e não permitirá ao gestor identificar períodos em que faltará ou sobrará caixa disponível para liquidar os compromissos financeiros. Uma vez construído o fluxo de caixa, deverão ser realizados ajustes conforme o fechamento diário, pois algumas saídas ou entradas de caixa poderão ocorrer de forma diferente do projetado. Assim, a empresa sempre terá uma posição real referente às ocorrências passadas e uma projeção sobre o comportamento futuro do fluxo de caixa permitindo um gerenciamento eficiente e eficaz. Basicamente, o fluxo de caixa deve ser projetado respeitando a periodicidade diária, começando pelo saldo inicial relacionado ao dia anterior, seguido das entradas, saídas e saldo final de caixa diário. Com objetivo de organizar os lançamentos, é importante separar as entradas de caixa em função da forma de venda (vendas à vista, valores a receber de vendas a prazo e outros recebimentos) e separar as saídas entre fornecedores, despesas operacionais e despesas financeiras. Isso facilitará ao gestor a elaboração de relatórios e demonstrativos financeiros.
Dicas para melhorar o fluxo de caixa da empresa:
- Fature prontamente: após o fechamento do pedido com o cliente, priorize o faturamento e, caso possível, atribua aos colaboradores essa tarefa; - Crie incentivos para o cliente pagar mais rápido: desenvolver atrativos para que os clientes antecipem o pagamento, pode reduzir de forma significativa o prazo médio de recebimento, o que diminui a necessidade de recursos investidos no capital de giro; - Indentifique e evite os maus pagadores: a inadimplência aumenta a necessidade de recursos na manutenção das atividades operacionais. Desenvolva políticas e métodos para análise adequada de crédito aos clientes, isso pode diminuir o problema. - Atualize diariamente os lançamentos: a disciplina no registro e no ajuste das informações sobre as ocorrências diárias permite ao gestor ter um fluxo de caixa sempre atualizado, permitindo rápidas e eficientes tomadas de decisões. - Administre bem os estoques: planeje bem as compras com objetivo de evitar a falta de mercadorias ou insumos, mas tenha um controle eficiente para não incorrer em excessos de estoques desnecessários; - Negocie primeiramente com os fornecedores: ao identificar períodos em que o caixa projetado não será suficiente para liquidar os compromissos financeiros, busque inicialmente negociar com as fontes de recursos não onerosas, como os fornecedores. Capitação de recursos por meio de instituições financeiras deve ser a última opção, pois eles sempre geram despesas financeiras, reduzindo o lucro da empresa
Caro lojista, a saúde fi nanceira de sua empresa depende de uma boa gestão, regada a atenção, dedicação e conhecimento
Wagner Viana Pereira


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