Mercado Feminino

De acordo com uma pesquisa do Data Popular, a busca por artigos de limpeza, higiene e beleza, alimentos semiprontos e refeições fora do lar cresceram devido a emancipação das mulheres de famílias com renda de quatro a 10 salários mínimos. E elas estão criando um círculo virtuoso, que permitirá uma mobilidade social ainda maior. Enquanto apenas 10% das mulheres da classe A têm escolaridade superior à das mães, na classe C este índice chega a 68%.

Os pais, em sua maioria, não tem curso superior, mas conseguiram dar condições aos seus filhos de se formarem em uma universidade particular.

Na faixa dos 18 aos 25 anos existem 6 mulheres das classes C, D e E para cada uma dos extratos A e B. como a tendência é de ascensão social ainda maior da classe D para a C, estarão nas camadas de menor renda – e não no topo da pirâmide – as necessidades que irão ditar o futuro do mercado. É essa mulher que vai mandar no consumo nos próximos 15 anos, porque nesse período estará no topo da idade economicamente ativa.

Um interessante case brasileiro sobre mulheres da classe C foi apresentado recentemente na maior feira de varejo do mundo, a NRF, que aconteceu em janeiro de 2012 em Nova Iorque.

A Riachuelo, empresa de varejo de moda, esteve presente na 101ª edição da NRF (National Retail Federation) revelando dados animadores sobre a participação desta nova mulher brasileira da classe média. Apesar de ser uma referência de empresa se comparada às grandes redes de varejo americano, a Riachuelo se destacou no mercado por buscar a diferenciação aliada ao aumento do faturamento.

A estratégia da companhia é baseada no entendimento da necessidade das mulheres dessa nova classe média, e na verticalização de seu negócio. A empresa soube compreender que a consumidora da classe C expressa sua ascensão social por meio de sua aparência. Com isso, o foco da Riachuelo é entregar roupas da moda a um preço acessível.

A associação da marca com estilistas reconhecidos em suas coleções enfatizou a presença da marca no mundo da moda e conquistou de vez seu público-alvo.

Alem disso, todas as roupas da Riachuelo são produzidas pela própria empresa. O fato de a empresa ter toda cadeia de produção faz com que ela seja eficiente e rentável ao mesmo tempo.

Para acompanhar esta nova consumidora, foi preciso entender profundamente seu comportamento no ato da compra e do consumo. A estratégia assertiva de empresas como a Riachuelo é pensar no que motiva as pessoas a comprarem, quais são seus hábitos e atitudes diariamente. Mas o que as empresas de diferentes segmentos podem fazer para entender esta compradora e consumidora de hoje?

Para isso é importante analisar as macrotendências, os canais, o varejo, o público-alvo, a estratégia da categoria, os motivadores da compra, sendo estes dois últimos considerados como os mais importantes.

É fundamental entender as rotinas de compra dos públicos-alvo, estudar não só a situação da compra, como também a de consumo, para que no final os produtos, o visual de merchandising e a comunicação sejam diferenciados e influenciem na ocasião da compra.

Outro grande desafio que todo varejo brasileiro enfrenta neste momento é integrar suas estratégias digitais com a presença na loja proporcionando a experiência ao consumidor.

Com a ascensão desta nova mulher da classe média no mercado de trabalho, a cada dia ela dispõe de menos tempo para fazer suas compras. Sendo assim, sempre que possível ela busca por facilidades, sejam tecnológicas ou por meio de novos canais que possam minimizar suas tarefas.

Uma verdade seja dita: as mulheres apesar de estarem mais participativas no mercado de trabalho, ainda são a maioria quando se fala de responsabilidades domésticas. Portanto, quanto mais houver a possibilidade de otimizar o tempo delas, mais gratificante se tornará a experiência com a marca.

De acordo com algumas pesquisas observacionais realizadas pela empresa Delas! Mkt, temos visto que as mulheres entram nas lojas físicas acompanhadas de seus celulares ou tablets dentro da bolsa. Mas, poucas aproveitam-se deste novo canal para falar com elas no momento da compra.

Um dos grandes desafios atuais do varejo é se preparar para se comunicar com estas potenciais clientes de forma integrada nos mundos físico e virtual.

Estratégias que poderiam ser usadas pelas empresas para alinhar experiência física com estratégia digital:

Comprar on-line e retirar off-line: pela atratividade do preço on-line e a demora na entrega desse tipo de compra, poderia haver a possibilidade de escolha na forma de retirada da mercadoria;

Informações do produto: criar um QR Code que levaria a uma pagina com mais informações sobre o produto e avaliação dos consumidores;

Serviço de geolocalização das lojas: meio de encontrar a loja mais próxima e estabelecimentos próximos ao consumidor;

Checkout por dispositivo móvel: para evitar filas, empresas poderiam criar formas de pagamentos por celular ou tablet.

Entre outras ações, estas poderiam ser adotadas pelas empresas, desde que houvesse reversão em processos internos das empresas, como adequação de estoques, comissões de vendedores, treinamento e comunicação interna para que tudo ocorresse na loja de uma forma perfeita.

Fonte: Revista Dirigente Lojista - nº 448 - Ano 38


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