MUDAR A CULTURA DO CRÉDITO

Em 1970, o Brasil tinha uma população de 100 milhões de brasileiros e conquistou no futebol o título de tricampeão mundial. Em 2014, na próxima Copa do Mundo de Futebol, que será realizada em diferentes regiões brasileiras, o País terá uma população de 200 milhões e pelo menos a metade – ou seja, 100 milhões – terá o título de “bons pagadores”. A previsão é do presidente da Serasa Experian, Ricardo Loureiro. Ele revela que no momento estão incluídos no Cadastro Positivo cerca de 17 milhões de brasileiros, e pelo ritmo atual esse número alcançará 100 milhões de pessoas quando for dado o pontapé inicial do maior evento esportivo do mundo em 2014.

Nesta entrevista, Ricardo Loureiro, além de reforçar as vantagens do Cadastro Positivo que, segundo ele, muda a cultura de concessão de crédito no Brasil, fala também sobre a importância da parceria recém-firmada entre a Serasa Experian e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a maior entidade do varejo brasileiro. O presidente da Serasa avalia ainda os efeitos da atual crise econômica mundial sobre a concessão de crédito no Brasil.
O que representa para a economia brasileira e para o varejo em particular a introdução do cadastro Positivo?
ricardo loureiro – O Cadastro Positivo muda toda uma cultura na concessão de crédito no Brasil. Sempre se focou, se buscou informação sobre os maus pagadores, sobre quem poderia ter dificuldades de pagar a prestação de um bem ou serviço.
Agora, com o Cadastro Positivo, serão privilegiadas as informações positivas das pessoas. Assim, quem for considerado um bom pagador certamente terá pagamento com juros menores e mais prazo para saldar sua dívida. Isso cria todo um ambiente positivo na economia para a geração de novas vendas e compras, de novos negócios.
como está o ritmo para a formação desse cadastro Positivo?
loureiro – Diariamente a Serasa busca junto aos bancos, junto às empresas que trabalham com cartões de crédito e em outras fontes, novas informações sobre o comportamento positivo de pessoas e empresas. São milhões de informações cruzadas diariamente. Num ritmo muito veloz, pois fazemos uso das mais modernas tecnologias. Por isso devemos alcançar, com certeza, dados e informações positivas de mais de 100 milhões de brasileiros no ano da próxima Copa do Mundo.
a serasa também criou um serviço para proteger o consumidor chamado “Proteja-me”. Qual é o objetivo, como funciona?
loureiro – Queremos dar não apenas ao lojista, mas aos donos de empresas informações seguras para o fechamento de seus negócios. Assim criamos um serviço para atender, dar segurança diretamente para o consumidor. Através de uma mensalidade, cerca de R$ 10, o consumidor será sempre avisado sobre alguém que esteja consultando, por exemplo, o seu CPF. Pode ocorrer que uma pessoa esteja utilizando o CPF de outra pessoa para fazer compras ou negócios. Diariamente recebemos pedidos de consulta sobre dados e informações de cerca de 5 milhões de pessoas. Temos condições de informar na hora, via internet, a cada pessoa, sobre a consulta que está sendo feita no seu CPF, se procede, está correto e se é do seu interesse.
até que ponto a recente parceria entre a serasa e a cndl (a maior entidade do varejo lojista brasileiro) poderá incrementar e melhorar a concessão de crédito no brasil?
loureiro – Essa parceria vinha sendo perseguida há muito tempo. O objetivo é levar um bom serviço ao lojista. Estamos somando nossas estruturas, nossos investimentos de anos. Numa única consulta, o lojista terá os dados das duas bases de informações, ou seja, da Serasa e do CNDL (SPC). Temos uma ação complementar. Nossa base conjunta passa a ser maior. Assim, o lojista, ao invés de acessar duas fontes diferentes, já começa a acessar uma só. Isso agiliza os serviços para o lojista, além de possibilitar segurança e precisão nas informações.
o objetivo é cobrir todo o brasil? O lojista, num ponto mais distante do País, poderá ter acesso a essas informações de crédito?
loureiro – Esse é o objetivo final.
o lojista, na cidade mais distante, poderá ter acesso instantâneo, via internet, às informações necessárias para que possa fechar uma venda com segurança. Nosso grande foco no momento é atender as micro e pequenas empresas, que são na grande maioria lojistas. Estamos preparados para atender a essa demanda que tende a crescer pelo bom momento da economia brasileira. Hoje estamos fechando uma média de 10 mil novos contratos por mês, na maioria – quase 100% – de pequenas empresas. Acreditamos que cerca de 4 milhões de micro e pequenas empresas têm capacidade e necessidade de fechar contratos para receber informações e fechar novos negócios com segurança.
o nível atual de inadimplência no varejo brasileiro preocupa?
loureiro – Não. Essa taxa de inadimplência está dentro de uma normalidade. Com o atual nível de emprego e desenvolvimento do Brasil, essa taxa de inadimplência é perfeitamente aceitável.
não existe o perigo de estourar uma bolha de venda, como ocorreu nos  estados Unidos com o mercado imobiliário?
loureiro – O governo brasileiro está atento aos níveis de inflação e ao controle da taxa de juros. Ao mesmo tempo o governo está empenhado em desenvolver o País. As perspectivas para o Brasil são extremamente positivas. O momento econômico é extremamente favorável, especialmente aos micro e pequenos empresários que estão tendo um ambiente para crescer.
Estamos preparados para atender esses empresários com informações e dados para fechamento de novos negócios, que vão gerar novas riquezas, mais bem-estar econômico e social para o todo o País.


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