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O calendário de datas comemorativas do varejo começa com a Páscoa e tem um forte apelo comercial para o segmento alimentício, especialmente nas linhas de chocolates, peixaria e guloseimas. Os ovos de Páscoa são os maiores símbolos da data e a cada ano ganham um atributo adicional por parte da indústria, que não economiza nas inovações para atrair os consumidores.

Abrindo o ciclo das datas comemorativas que mais aquecem o comércio, o Departamento de Economia da Fecomércio Minas realizou a Sondagem de Opinião do Lojista – Expectativas para a Páscoa, identificando um otimismo registrado apenas em 2008. Neste ano, 53,6% dos empresários esperam que as vendas sejam melhores em relação ao ano passado (46,2%). Em 2009, ano da crise mundial, a estimativa atingiu o patamar de 20,3%, uma queda brusca quando comparado ao ano de 2008 (51,4%).
De acordo com a economista da Fecomércio Minas, o indicativo é positivo para o mercado de consumo, “dado o impacto nas diversas cadeias de valor envolvido no comércio final de bens”. Ainda de acordo com a sondagem, 25% dos empresários acreditam que irão repetir o desempenho do ano passado, enquanto que 21,4% esperam vendas piores.
A sondagem também revela que 83,3% dos empresários entrevistados têm o ritmo de seus negócios afetados positivamente pela Páscoa. E em termos de estimativa, a grande maioria, 91,7%, projeta aumento das vendas de até 20%. Indicativo de uma postura relativamente conservadora, tendo vista a conjuntura econômica favorável ao consumo e o apelo forte junto ao público infantil, segundo Silvânia Araújo.
A medida mais citada pelos empresários para incrementar as vendas foi o apelo visual das parreiras de ovos de chocolates, coelhos e enfeites temáticos, que são característicos da comemoração da Páscoa, com 32,4% das respostas. A segunda alternativa mais utilizada são as promoções dos produtos de Páscoa, com 23,5%. Em seguida, a diversificação do mix, com diversos tipos de produtos a diferentes preços ficou com 20,6% das respostas, ocupando a terceira colocação no ranking de ações de estímulos.
Em 2011, as datas comemorativas sofrem um efeito de calendário tendo em vista a proximidade da Páscoa, comemorada no dia 24 de abril, e o Dia das Mães, no dia 8 de maio. Para 80% dos entrevistados tal proximidade não deverá interferir no ritmo dos negócios, uma vez que são diferenciados os apelos e a força comercial das datas. “Portanto, há espaço na preferência dos consumidores para as duas datas que exigem por parte dos lojistas ações de atributos diferenciados”, destaca a economista.
Segundo a sondagem, a comemoração da data, que conta com o apelo religioso e a tradição, é o principal fator motivacional para as compras, com 44,4% dos respondentes. Em seguida, os novos produtos (lançamentos com brindes, novos sabores, embalagens), com atributos de diferenciação, somam 27,8% das respostas. Para Silvânia, tais motivadores estão diretamente ligados à tradição e ao esforço criativo dos empresários. Já o crédito facilitado (16,7%) e a confiança do consumidor (11,1%) são ligados à política econômica, no campo da conjuntura econômica.
Os preços elevados, além da expectativa do consumidor, poderão atuar como o principal fator inibidor de compras nesta Páscoa, com 44,1% das respostas. O fato da comemoração ser realizada no final do mês, quando o consumidor está mais descapitalizado, está em segundo lugar (20,6%), juntamente com o peso do endividamento, que poderá afetar a disposição do consumidor, tornando-o mais seletivo, cauteloso e atento ao preço. O efeito calendário, da proximidade com o feriado de 21 de abril também foi mencionado pelos entrevistados com 14,7% dos fatores inibidores.
quanto o consuMiDor DEvE gastar Para 39,1% dos empresários, o ticket médio por consumidor deverá ser de R$ 15,01 a R$ 30. A sondagem mostra que 65% estimam que o ticket sofrerá variação de R$ 15,01 a R$ 50. “O consumidor vai pesquisar os preços e escolher o local de sua compra onde possa acentuar a relação custo-benefício, com a ideia de otimizar o seu poder de compra”, enfatiza Silvânia Araújo. Segundo ela, a data tem a característica de trabalhar com uma moldura de produtos “commoditizados”, o que exige um esforço adicional para atrair o consumidor e estimular o maior volume de compra.
Ainda de acordo com a pesquisa, o cartão de crédito parcelado será a forma de pagamento mais utilizada nesta Páscoa, na opinião de 56,7% dos empresários entrevistados. Já 20% acreditam que o pagamento à vista em dinheiro também deverá ser forte, “o que está diretamente relacionado ao ticket mais baixo, ou mais limitado, o que induz a evitar endividamento futuros”, ressalta a economista.


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