ABERTURA DE EMPRESAS TEM CRESCIMENTO DE 15% EM MINAS

O número de empresas abertas em Minas Gerais cresceu 15% em 2019, enquanto as extinções aumentaram 7,6% em relação a 2018. Segundo balanço da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg), os setores de comércio e serviços englobaram o maior número de constituições no Estado no ano passado. Juntas, as atividades somaram mais de 90% dos novos negócios de Minas Gerais.

Ao todo, foram registradas 53.758 constituições no decorrer do exercício contra os 46.730 negócios formalizados no ano anterior. A abertura de empresas do setor de serviços representou 65,9% do total, ou seja, mais de 35 mil empresas. Já de comércio, a abertura foi de 27,9%, ou o equivalente a 14,9 mil constituições. A área industrial, por sua vez, somou 6,2% (3,8 mil).  Em 2018, esses números foram, respectivamente, 64,3%, 28,9% e 6,8%.

Para o presidente da Junta Comercial, Bruno Falci, a predominância de empresas de serviços e do comércio na abertura de novos negócios em Minas Gerais já vem ocorrendo há algum tempo e reflete o perfil empresarial do Estado. Segundo ele, ao mesmo em tempo que essas atividades, principalmente a de serviços, têm apresentado elevado dinamismo e sido alternativa para quem deseja investir, o setor industrial tem cada vez mais perdido espaço.

“No passado, a indústria também já ocupou essa posição de destaque. No entanto, com o passar dos anos, foi enfraquecendo, perdendo espaço e passando pelo processo de desindustrialização, com a perda de competitividade. O que aconteceu foi que o setor não recebeu os investimentos necessários ao longo do tempo e tem enfrentado uma concorrência cada vez maior com o mercado internacional”, explicou.

Fatores de alta – Falci atribuiu a elevação na constituição de empresas no decorrer de 2019 a uma combinação de fatores, entre os quais a simplificação dos processos, a aprovação da Lei da Liberdade Econômica (13.874/19) e a recuperação da economia. “Os números do ano passado são concretos e mostram que tanto o governo do Estado quanto o governo federal estão no caminho certo”, resumiu.

Sobre a simplificação, o presidente explicou que se trata de um trabalho pioneiro da Jucemg na adoção de um sistema de registro automático que permite qualquer pessoa abrir uma empresa de maneira remota, por meio de um computador. “Acreditamos que com essa novidade, várias pessoas que estavam na ilegalidade conseguiram regularizar sua situação”, opinou.

Quanto à lei da Liberdade Econômica, Falci lembrou que a medida acabou com a exigência de alvarás para atividades de baixo risco, facilitando a integração entre a Junta e os demais órgãos de licenciamento, como a Vigilância Sanitária e prefeituras, para a constituição das empresas, diminuindo a burocracia do processo.

Por fim, quanto ao desempenho econômico, o empresário comentou que tanto a melhora na conjuntura nacional quanto as perspectivas de um crescimento ainda mais consistente em 2020 contribuíram para a aposta das pessoas na constituição de novos negócios em Minas Gerais. “Neste ano, não deveremos ter um crescimento tão robusto, devido à base elevada e aos desafios existentes na manutenção de uma empresa”, disse.

Outro fator que, conforme o presidente, pode ter contribuído para a elevação do número de empresas criadas no Estado em 2019 é o alto nível de desemprego entre as pessoas, associado a iniciativas de empreendedorismo.

GOVERNADOR COMEMORA RESULTADO

Por meio das redes sociais, o governador Romeu Zema (Novo) comentou os resultados apresentados pela Jucemg. “Esses dados mostram que quando o Estado é amigo de quem trabalha e quer empreender, os resultados aparecem”, disse.

Assim, Minas Gerais chegou a 2020 com 751.450 empresas ativas. Destas, quase 364 mil atuam no setor de serviços, pouco menos de 309 mil estão no setor de comércio e outras 79 mil são indústrias.

Agrupadas por porte, 600 mil são microempresas (receita bruta anual igual ou inferior a R$ 360 mil). As Empresas de Pequeno Porte (EPP), com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões, são 59 mil em Minas. Outras 92 mil são instituições de maior porte, com receita bruta superior a R$ 4,8 milhões por ano.

Além disso, destaca-se que o tipo jurídico de empresa mais constituída ao longo do ano passado foi a Sociedade Limitada (Ltda), com 23.973 novos negócios. Em seguida, apareceu o Empresário Individual, com 18.212 novos empreendimentos, e a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli), com 10.962 aberturas registradas.

Sobre as extinções, que em 2019 chegaram a 39.260, número 7,6% maior que as 36.480 registradas em 2018, Falci justificou que não há com o que se preocupar. Além do tradicional movimento de abertura e fechamento de empresas, o aumento foi impulsionado também pela isenção das taxas de encerramento cobradas pelas Juntas, imposta por legislação federal.

Neste caso, a Sociedade Limitada foi o tipo jurídico de negócio que mais encerrou atividades no ano em Minas Gerais, com 20.242 extinções, seguida por Empresário Individual (15.776 fechamentos) e Eireli (3.062). Também foram extintas 93 Sociedades Anônimas e 31 cooperativas. (MB)


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