EDUCAÇÃO FINANCEIRA INFANTIL: VAMOS COMEÇAR CEDO!

Caro leitor, como anda a educação financeira de seus filhos (se você não tem filhos, estendo essa pergunta para as crianças com quem você convive de modo direto)? Essa é uma questão importante, pois os hábitos incorporados no cotidiano infantil são fundamentais para a vida adulta. E, no caso da educação financeira, crianças com bons hábitos nas suas relações de consumo e poupança serão adultos melhores na administração das finanças pessoais. 
Inicialmente é muito importante que os pais, antes de educarem financeiramente os seus filhos, sejam financeiramente educados, pois as crianças aprendem muito mais pelo exemplo do que pelas palavras. Então, o primeiro passo para a educação financeira infantil é a própria educação financeira dos pais. Feita essa observação, a partir dos 3 ou 4 anos de idade, segundo especialistas, as primeiras noções de educação financeira já podem ser transmitidas às crianças. Tive a felicidade de assistir, recentemente, a uma palestra da educadora financeira Cássia D’Aquino no 15o Pajuçara Management (em Maceió – AL) e a mesma disse que a partir dos 4 meses de idade já se pode a começar a educar financeiramente uma criança, por meio de hábitos que ensinem a criança a ir adquirindo paciência ao longo da vida. E eu fiz uma analogia com o consumismo desenfreado: é a falta de paciência e o imediatismo que leva muitas pessoas a gastarem o seu dinheiro de modo imprudente (e até se endividarem desnecessariamente) para atender a seus desejos. E note que os cartões de créditos propiciam isso, quando não são bem utilizados. Então, é muito importante desenvolver o hábito da paciência desde cedo. As crianças precisam saber que nem tudo o que elas querem, os pais precisam comprar de imediato (e às vezes nem precisam ou nem podem comprar e fazem sacrifícios financeiros). A paciência levará à virtude da poupança, ou seja, não consumir tudo de imediato e ainda separar parte do dinheiro e buscar boas aplicações financeiras para consumir mais e melhor ao longo da vida. 
Outra questão importante é o combate a qualquer tipo de desperdício. As crianças somente devem colocar no prato aquilo que elas vão comer. Economia de água e de energia elétrica são hábitos que devem ser incorporados desde cedo. Reduzir o tempo no banho ajuda nessas duas economias. Além de ser bom para o bolso, também é para o meio ambiente. Outra questão importante é ressaltar que o único eletrodoméstico que precisa ficar ligado o dia todo é a geladeira, ou seja, todos os demais podem e devem ser desligados quando não estão em uso (à noite todos podem e devem, ainda, ser retirados da tomada, pois aquela luzinha vermelha, o stand by, consome energia). Outro tipo de desperdício que também precisa ser combatido é o de tempo. Muitas crianças passam tempo demais nos smartphones e tablets, cujo excesso não é saudável e ainda ficam expostas a todo tipo de propaganda que somente estimulam o consumismo. 
Pensando em todos esses aspectos, eu e minha esposa (Flávia Agra) criamos uma coleção de livros de educação financeira para crianças e pré-adolescentes. A coleção “Finanças AGRAdáveis”, cujo volume 1 foi publicado em novembro de 2016 e chama-se “Minha Mesada”, abordando os primeiros passos das crianças em contato direto com o dinheiro, cujo objetivo é mostrar que, além de consumir, a criança deve separar uma parte e poupar. Os volumes 2 (Arrumando minha casa: Menos apego é mais dinheiro no bolso) e 3 (Aprendendo a investir no Tesouro Direto) estão com lançamentos previstos para setembro deste ano. Minha filha, Beatriz Agra, tem uma participação como escritoramirim no volume 2. 
Enfim, crianças educadas financeiramente serão adultos que terão uma melhor qualidade de vida. E quanto mais cedo começar, melhor. Escolhendo boas aplicações financeiras, haverá mais tempo para poupar e acumular mais para usufruir ao longo da vida. Algumas dicas: CDB´s, LCI´s, LCA´s e Tesouro Direto são exemplos de boas aplicações. Não gosto e nem aconselho comprarem Títulos de Capitalização ou Previdências Privadas individuais para seus filhos e para vocês.
 
 
Fernando Antônio Agra Santos Economista (UFAL), Doutor em Economia Aplicada (UFV), Professor da Universo (Campus de Juiz de Fora), Professor da Pós-Graduação da PUC Minas, Professor licenciado da Fundação Educacional Machado Sobrinho, Economista da UFJF, palestrante nas áreas de Educação Financeira e Aplicações Financeiras, autor da Coleção Finanças AGRAdáveis
 


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