Aumentam os investimentos na economia

Brasília - O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) aponta um crescimento de 1,4% em junho em relação a maio de 2017, na série com ajuste sazonal. Apesar deste resultado, os investimentos encerraram o segundo trimestre registrando queda de 1,3% sobre o trimestre imediatamente anterior, também na série livre de efeitos sazonais. Embora tenha havido aumento das incertezas no período, sobretudo no campo político, houve investimentos. A expectativa é de que não haja piora.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o indicador atingiu patamar 10,7% inferior ao verificado em junho de 2017. Já na comparação do segundo trimestre deste ano com o mesmo período do ano passado, a redução foi de 7,1%. Com isso, o resultado acumulado em 12 meses retraiu em 6,2%.
Came - O avanço entre os meses de junho e maio foi consequência principalmente do consumo aparente de máquinas e equipamentos (Came) – cuja estimativa corresponde à sua produção doméstica acrescida das importações e diminuída das exportações –, que apresentou alta de 4,1% na margem.
No trimestre, o Came também foi o destaque, com crescimento de 4% sobre os primeiros três meses do ano. Entre os componentes do Came, a produção doméstica de bens de capital permaneceu estável em junho. Por outro lado, o comportamento das variáveis de comércio exterior ajudou a explicar seu bom resultado na comparação dessazonalizada. Enquanto o volume de importações por este tipo de bem cresceu 2,6% sobre o mês de maio, o volume exportado de bens de capital, que é subtraído da produção doméstica, registrou queda de 10,7%, na mesma base de comparação.
 
Construção - Por sua vez, o indicador de construção civil, após ter registrado três variações negativas, cresceu 1,8% em junho sobre o mês anterior, na série dessazonalizada. Este resultado, no entanto, não evitou a queda de 3,2% no segundo trimestre, explicando em grande medida o recuo de 1,3% da FBCF no mesmo período. Já na comparação contra o mesmo período do ano anterior, enquanto a construção registrou queda de 6,4%, o Came caiu 17,6% sobre o mês de junho de 2016. Ainda na comparação interanual, vale destacar que parte da queda verificada no setor de máquinas e equipamentos é explicada por uma elevada base de comparação, uma vez que o volume importado de bens de capital havia registrado forte alta em junho de 2016.
Crise – Na avaliação do Ipea, o agravamento da crise política e o aumento das incertezas no campo econômico não afetaram os investimentos. A notícia da delação do empresário Joesley Batista, um dos sócios do grupo JBS, divulgada em 17 de maio, gerou um escândalo, envolvendo a gravação de uma conversa entre Joesley e o Presidente Michel Temer, que repercutiu no mês seguinte na queda da confiança do empresariado brasileiro, segundo as sondagens conduzidas pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
“Apesar do aumento dessa incerteza, houve crescimento do investimento, o que é positivo. Pelo menos com base nos dados que estão disponíveis não há nenhum sinal de que haverá piora”, afirmou o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo de Castro Souza Junior. “A construção está com um desempenho muito errático ainda, o saldo é negativo”, ponderou Souza Junior.
Segundo o diretor do Ipea, existe uma ociosidade elevada em estabelecimentos comerciais e corporativos, assim como na capacidade instalada industrial, o que impede uma demanda imediata por novas obras caso seja recuperada a atividade. No caso da construção civil residencial, a retomada depende ainda da melhora no crédito e no mercado de trabalho.
“A construção vai depender ainda de uma recuperação maior da economia brasileira”, resumiu Souza Junior. “A gente espera que a infraestrutura seja o primeiro segmento da construção a se recuperar, com essa tentativa de deslanchar o programa de concessões”, completou.
Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o Indicador Ipea de FBCF registrou uma perda de 7,1% no segundo trimestre deste ano. Houve redução tanto no consumo aparente de máquinas e equipamentos (-5,6%) quanto na construção civil (-8,1%). Com informações do Ipea e AE.
Fonte: Diário do Comércio


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