O valor da informação para o Varejo

Muitas empresas, dentre elas uma boa parte de varejistas, acabam por tomar decisões fortemente apoiadas na sua percepção do negócio, sem considerar uma série de informações que estão a sua volta e que poderiam contribuir enormemente para decisões mais eficazes. Ao mesmo tempo, existem inúmeras empresas que ficam absolutamente fascinadas pela possibilidade de explorar o chamado Big Data, ou seja, uma quantidade enorme de dados que possuem acumulados em seus arquivos. O Big Data hoje é um gerador de informação de qualidade para apoiar decisões nos negócios, porém a verdade é que poucas empresas conseguem utilizar o conceito com eficiência. Além disso, por necessitar de suporte tecnológico de peso, principalmente softwares que permitem manipular os dados de forma inteligente, acabam significando investimentos consideráveis.
Tudo isso é pura verdade, porém, o que é mais importante antes de embarcar em modismos ou assumir investimentos desnecessários, é saber efetivamente quais os dados que disponho e de que forma eles podem ajudar a construir informações que tornem o meu negócio mais lucrativo.
 
Qual é o pequeno varejista que não possui um simples computador em sua loja ou então que não possa utilizar o seu equipamento pessoal? Com base nisso e sem sistemas sofisticados e apenas com planilhas simples é possível anotar todos os produtos que entraram no estoque, quanto, a que preço e quando foram colocados na loja e vendidos. Logicamente que quanto mais miúdo o produto, mais difícil contabilizar a sua saída, mas através de rápidos inventários diários ou semanais isto é possível. Com estes dados, podem ser formatadas informações que deixam claro, por exemplo: o giro do estoque por produto, a margem de cada um, a necessidade de programar novos pedidos para evitar rupturas e assim por diante.
Se houver a possibilidade de implantar um sistema simples de códigos de barras aí então a coisa fica mais facilitada ainda. Parece simples e obvio, porém, poucos controlam com eficiência seus estoques e vendas, observando apenas o caixa.
 
Essas informações podem ser simplesmente anotadas à mão e digitalizadas fora do horário de funcionamento, ou então naqueles momentos em que os funcionários ficam batendo papo na loja. Por que não preencher estes momentos que sempre existem, com a coleta e a inserção de dados interessantes? Cada tipo de negócio tem as suas peculiaridades e produzem dados e informações diferentes e isto deve ser considerado na hora de montar esta pequena estrutura de apoio.
 
Outra ação importante, por exemplo, é manter sob controle o preço praticado pela concorrência, seja esta uma grande rede varejista, um lojista vizinho ou mesmo o e-commerce. Caso venda muitos produtos, será necessário criar uma cesta que represente a maior parte do seu sortimento e assim poderá se posicionar frente aos demais, identificando o perfil de margem que está praticando e quanto isso está ou pode impactar o resultado final. Algo também simples de se fazer e que, muitas vezes por medo de ouvir verdades não se faz, é perguntar ao cliente de forma sistematizada coisas triviais tais como: que sugestões você daria para melhorar a sua experiência aqui na loja? Em uma escala de avaliação de péssimo a excelente, por exemplo, que conceito você cliente atribui à minha loja? Você indicaria minha loja a um amigo ou parente seu? Por quê?
 
Em resumo, o que queremos chamar a atenção com estas colocações é a importância de se coletar os dados que estão aí, na nossa mão, em nossa loja e com eles produzir informações que podem ajudar a rentabilizar o negócio ou mesmo ampliar margens e ainda permitir maior planejamento e, consequentemente, maior poder de negociação com fornecedores, apenas para citar alguns pontos.
 
Tenha a convicção que com informação adequada as suas decisões tendem a ser mais assertivas e o seu negócio, consequentemente, mais eficiente e lucrativo. Comece a pensar a partir de hoje sobre quais informações precisa, como pode obtê-las, como pode utilizá-las da melhor maneira possível e sinta o seu esforço valer a pena
 
Você lojista, pare um tempo para pensar como poderia organizar as informações que estão disponíveis no teu ponto de venda. Caso tenha dificuldade, entidades associativas ou organismos públicos de apoio às pequenas e microempresas poderão auxiliá-lo nesta empreitada.
 


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