Por que a volta da CPMF é inevitável

Cálculo do governo é de que a dívida ?que entre R$ 3,1 trilhões e R$ 3,3 trilhões no ?m de 2016 

Apesar do pessimismo de alguns especialistas, o mercado ainda não deu mostras de que o calote da dívida pública é inevitável. Em março, segundo dados divulgados ao ?nal de abril, a dívida pública federal brasileira, que inclui os endividamentos interno e externo do governo, subiu 2,38%, para R$ 2,88 trilhões, informou o Tesouro Nacional. Em fevereiro, o endividamento público havia registrado alta e chegado a R$ 2,81 trilhões. O cálculo do governo é que a dívida ?que entre R$ 3,1 trilhões e R$ 3,3 trilhões no ?nal de 2016. Ao ?m de 2015, ela era de R$ 2,79 trilhões. Dívida pública é o resultado dos títulos que o governo emite para pagar os papéis que estão sendo resgatados, ou seja, que estão vencendo, e também para ?nanciar empréstimos. Nos últimos anos, por exemplo, mais de R$ 400 bilhões foram emitidos pelo Tesouro Nacional para proporcionar recursos para os empréstimos feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para o economista Mansueto Almeida, é improvável um eventual calote do governo, apesar da situação explosiva da dívida. “Muito antes de o governo cogitar calote, ele vai encurtar o vencimento da dívida pública”, acredita. Ele lembra que há pouco mais de um ano o mercado esperava que a economia fosse crescer. Ninguém falava em dois anos de recessão. “Ocorre que esse cenário mudou”, diz Almeida. “Houve dé?cit ?scal no ano passado e espera-se que também neste ano, e talvez até o ?m desse governo.” Diante desse cenário, o mercado fez as contas e concluiu que a relação entre a dívida pública e o PIB deve chegar a 80% em 2018. A solução do problema é complexa, diz o economista. “É preciso que se faça um ciclo de reformas profundas, que reduza de verdade os gastos com previdência e com a própria máquina do Estado, além dos juros.” A aprovação da CPMF, um remendo, e a reestruturação da previdência, que estão na pauta do Congresso Nacional, seriam de grande ajuda, principalmente para renovar a con?ança na capacidade de reação do governo. Mas dependem da força política da presidente da República, Dilma Rousseff, no Congresso. “Há dois anos, se alguém dissesse que o país faria qualquer tipo de moratória, seria chamado de doido. Hoje, ainda não é algo iminente, mas as pessoas já param para pensar”, admite Mansueto. Maio de 2016


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