DÊ UMA ESPIADINHA NO SEU
CLIENTE

A popularização dos reality shows nas principais emissoras de televisão do Brasil, no início dos anos 2000, consagrou o uso de expressões como “paredão”, “afinidade” e “dar uma espiadinha”. Afinal, no período em que vivemos, praticamente tudo se tornou objeto de análise e medição. Monitorar e acompanhar questões importantes passou a ser essencial para quem deseja atingir seus objetivos profissionais. Na era digital, somente a mensuração garante eficiência nas mais diversas áreas do conhecimento.

Até pouco tempo atrás, esse recurso era exclusividade das empresas virtuais. Com a Internet, os profissionais conseguiam extrair com facilidade os dados e análises que avaliam o impacto das ações desenvolvidas.

Agora, este conceito saiu do ambiente online e passou para o off-line, permitindo que até mesmo o varejo físico se aproveite deste acompanhamento contínuo para obter o retorno desejado. Isso é possível graças ao surgimento de novas tecnologias que oferecem inteligência para a gestão daas companhias. Entre elas está o monitoramento de fluxo de visitantes nos estabelecimentos comerciais.

Contar com inovações tecnológicas para obter inteligência nos negócios é um ponto crucial para sair da crise econômica na qual o setor varejista enfrenta no Brasil.

A Pesquisa Mensal do Comércio, realizada pelo IBGE, indica uma retração nas vendas em 2015. No acumulado do ano, por exemplo, há uma queda de 3,3% de janeiro a setembro, enquanto que nos últimos doze meses o recuo foi um pouco menor, com -2,1%.

Por meio do acompanhamento dos clientes dentro e fora da loja é possível ter informações importantes para mudar a estratégia e reverter o cenário. O avanço da tecnologia fez os equipamentos ficarem mais eficientes – antes, as informações coletadas por câmeras de vídeo e sensores não iam além da entrega do número de pessoas que entraram na loja. Hoje, as possibilidades se ampliaram e os empresários possuem uma série de relatórios detalhados e precisos sobre diversos pontos que envolvem a gestão.

Para isso, basta posicionar um mini computador no alto da loja para capturar a movimentação de pessoas em um raio de alcance de até sete metros. Diferentemente dos antigos sensores, que eram pesados e ocupavam um espaço considerável na loja (comprometendo o aspecto visual), os novos aparelhos são pequenos, com 10 cm de dimensão, e independem de cabeamento por utilizarem wi-fi e 3G para o envio das informações. Assim, de 15 em 15 minutos, o empresário tem em mãos dados atualizados sobre a circulação de consumidores em seu estabelecimento comercial.

Dessa forma, é possível mapear as áreas “quentes” do estabelecimento, localizando pontos mais propensos para inserir promoções e/ou produtos com maior apelo de venda. Além disso, pode avaliar a eficiência da vitrine, cruzando os valores como a quantidade de pessoas que pararam para observar os itens expostos com o número das que efetivamente entraram para comprar.

Por fim, é possível obter a taxa de conversão com a divisão entre o número de entrantes e de compras efetuadas no dia – até então, esta análise era exclusividade apenas do e-commerce.

Ficar de olho nos passos do consumidor dentro do comércio eletrônico resolve grande parte dos problemas de gestão que o varejo brasileiro sofre atualmente. As ferramentas tecnológicas que proporcionam inteligência para o lojista físico compensam, em parte, a falta de orientação e de soluções que facilitem a vida das pessoas que resolvem montar e gerenciar um comércio no Brasil. A taxa de mortalidade das empresas no Brasil ainda é alta: praticamente uma a cada quatro companhias do país não sobrevive nos dois primeiros anos, de acordo com dados do Sebrae.

Além disso, monitorar o fluxo de visitantes é um método eficaz para se aproximar e entender o novo comportamento dos consumidores. Caso a empresa possua uma atuação online, os relatórios podem ser cruzados com informações virtuais, permitindo a criação de ações omnichannel assertivas e garantindo uma melhor experiência para o consumidor. Uma pesquisa desenvolvida pela ENOX On-Life Network e realizada pela Lytics Inteligência de Mercado mostra que 58% das pessoas que vivenciaram situações marcantes com um determinado ponto de venda o consideram importante ou extremamente importante em suas vidas. Portanto, uma simples caminhada da pessoa diz muito sobre a loja e deixa rastros sobre produtos que a interessam. No atual momento vivido pelo varejo brasileiro, é imprescindível tomar decisões inteligentes para garantir não só a sobrevivência, como também o crescimento das receitas.

O Lojista também deve “dar uma espiadinha” em seus clientes.


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